quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O fim do gratuito Metro

A partir da próxima segunda-feira, 5 de setembro, o jornal gratuito Metro deixa de ser publicado. Edição portuguesa trazida em dezembro de 2004 pela editora sueca Metro Internacional e grupo Media Capital, foi comprada pela Cofina em 2009. A edição do Porto existe desde 2005. Agora, a Cofina indica as dificuldades económicas como a única razão para o seu desaparecimento.

É interessante notar que os otimistas de 2004 e anos seguintes diziam que os jornais gratuitos, incluindo o Destak e outros jornais ligados a grupos de media mas efémeros na sua existência, significavam que os portugueses estavam a ler mais jornais, o que os aproximaria da média europeia. Tal representaria também uma evolução do mercado face aos jornais mais clássicos e de venda em banca. A realidade sombria da última década (menos títulos sérios, mais informação sensacionalista) desemboca agora no desaparecimento do mais emblemático título gratuito.

Não sei se a confiança (maior ou menor) nos media, como a notícia que reportei há pouco, melhora (ou diminui) com este tipo de notícias. Sei que menos títulos representam menos possibilidades de alternativas informativas, com as possíveis cargas de manipulação e distorção da opinião pública.

1 comentário:

Rui Luís Lima disse...

Devo o meu interesse cultural aos jornais que lia no século passado, desde criança, especialmente os suplementos culturais e os artigos de opinião, nesses tempos em que havia matutinos e vespertinos, para além das excelentes revistas.
Nos dias de hoje com a escassez de títulos a aumentar em Portugal, como é o caso que refere, e uma certa tendência para as notícias terem como base as Agências Noticiosas (veja-se o alinhamento dos telejornais), fazendo desaparecer o célebre jornalismo de referência, no nosso país.
A imprensa escrita encontra-se, cada vez mais, sem capacidade para conquistar novos leitores, enquanto por outro lado assisto incrédulo ao jornalismo de referência a ficar refém do futebol, em nome das audiências.
Boa Tarde