quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Trindade Guedes, o repórter de rádio

António Trindade Guedes nasceu no Peso da Régua em 1937, mas foi para o Porto muito jovem para trabalhar e estudar. Chegou a andar na Escola Industrial Infante D. Henrique mas desistiu. Desde esse tempo, ligou-se ao futebol: foi jogador (treinado por Artur Baeta), treinador (Salgueiros, Coimbrões, Lousada) e dirigente (Coimbrões; presidente do Conselho Técnico da Associação de Futebol do Porto). Entrou para a rádio nos Emissores do Norte Reunidos, onde fez o programa Penalty com o produtor Fernando Gonçalves. Em 1972, ligou-se a Artur Agostinho. Nesse ano, tornou-se produtor independente e criou o programa Alvo, emitido diariamente às 13:00 durante anos. Teve ainda o programa Panorama, com médicos a colaborarem com ele, aos sábados e domingos. Quando Ribeiro Cristóvão assumiu a condução do desporto na Rádio Renascença passou a trabalhar com ele. Recentemente, com a criação do quarto canal da Renascença, a Rádio Sim, o programa Alvo continua a emitir, agora aos sábados e domingos.

No livro, António Trindade Guedes recorda que foi o único jornalista de rádio presente na Taça Intercontinental de 1987. Noutro jogo de 1987, João Pinto, jogador do F. C. Porto, interrogado sobre a previsão do resultado entre o seu clube e o Bayern de Munique, respondeu com uma frase que ficou famosa: "Olhe, ó Trindade Guedes, prognósticos, prognósticos, só no fim do jogo" (p. 78). O radialista entrevistou muitos atletas, como Eusébio, Rui Costa, Vítor Damas e Fernando Gomes, e dirigentes como Pinto da Costa e Pimenta Machado. É conhecido pela marca TG, iniciais do seu nome profissional.

Leitura: Elvira Rodrigues e Germano Almeida (2015). Trindade Guedes. O Homem e o Repórter. Vila do Conde: Verso da História. 128 p., 19,95 euros.

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