domingo, 25 de maio de 2014

Ié-Ié - memórias musicais dos anos 60

Daniel Bacelar, Claves e Ekos tomaram ontem conta do palco da Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais, apresentados por Teresa Lage. Foi um fantástico retorno à música da década de 1960. Tudo devido ao lançamento do livro de Luís Pinheiro de Almeida, Biografia do Ié-Ié, que aqui já retratei, e ontem apresentado por Nuno Galopim, jornalista e realizador de programas de rádio na Radar.

Daniel Bacelar foi o primeiro músico português a gravar um disco de rock, então com 17 anos, com Fui Louco por Ti e Nunca (lado A; o lado B pertenceu aos Conchas). Na apresentação do livro, Nuno Galopim falou de memórias da alvorada da música pop rock portuguesa, vinda de finais da década de 1950. Para ele, esta corrente de música nasceu em Coimbra, de uma banda que não chegou a gravar, os Babies, de que fazia parte José Cid. O critério de entrada no livro de Luís Pinheiro de Almeida seria o das bandas que editaram discos. O livro, que começara por ser uma biografia dos Sheiks, acabou por se alargar no tempo - antes e depois.

Nuno Galopim chamou ainda a atenção de como a ditadura se soube aproveitar do entusiasmo da "rapaziada" em tocar guitarra. Enquanto fazia isto, "não se metia na política", como então se dizia. E lembrou o momento mítico da organização do concurso de rock pop organizado pelo Movimento Nacional Feminino entre 1965 e 1966 no Teatro Monumental e apoiado pelos media controlados pelo Estado. Não havia uma agenda política nos músicos, consciencializados logo depois, como um disco do Quarteto 1111 iria revelar.



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