sábado, 17 de dezembro de 2011

Sagrado e modernidade

O número 11 (Primavera-Verão de 2011) da revista Comunicação & Cultura, do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (Universidade Católica), agora com um novo design de capa, é dedicado ao tema "Sagrado e Modernidade".

Os organizadores do volume, Carlos Capucho e Nelson Ribeiro, partem de um produto cinematográfico (o filme A árvore da vida, de Terrence Malick) e da recente visita do papa Bento XVI a Portugal (Maio de 2010), aquele interrogando Deus sobre as vicissitudes da condição humana, esta pelo impacto que teve na televisão (ou que esta se aproveitou). Os dois professores partem ainda do 11 de Setembro de 2001 para traçarem o grande impacto na forma como as sociedades ocidentais se percepcionam a si mesmas, questionando os modelos de segurança colectiva e a (in)tolerância religiosa e da convivência com o "outro", entendido como o que possui um diferente enquadramento cultural (p. 13).

Os textos da problemática pertencem a João Manuel Duque ("Ambiguidades da secularização entre modernidade e pós-modernidade"), Robert Doran ("René Girard's apocalyptic modernity"), Wolfgang Benz ("Sobre a origem e a tradição do Feindbild Islão"), Fernando da Luz Soares ("O diálogo ecuménico enquanto diálogo como o "outro"), Esther Mucznick ("Deus na escola pública"), Carlos Capucho, Eduardo Cintra Torres e Catarina Duff Burnay ("A construção da festa electrónica na visita de Bento XVI a Portugal"), José Paulo Machado (Je vous salue, Marie: um olhar cristão") e Isabel Roque ("A exposição do sagrado no museu"). Duas entrevistas (de Fernando Cascais a Steve Doig e de Robert Doran a René Girard), recensões e montra de livros concluem a revista.

Do resumo do texto de Carlos Capucho, Eduardo Cintra Torres e Catarina Duff Burnay retiro a seguinte informação: "O Vaticano e a Igreja em Portugal consagraram a visita de Bento XVI a Portugal em Maio de 2010 como um evento mediático. Os media corresponderam à temática e ao(s) interveniente(s) com uma mobilização de investimentos financeiros e humanos que resultaram numa cobertura centrada e exaustiva. Os canais televisivos, público e privados, assumiram um papel de destaque na mediação dos acontecimentos, através da apresentação e da avaliação do «homem-papa» e das suas acções" (p.8).

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