sexta-feira, 22 de julho de 2011

SOBRE A TELEVISÃO POR SUBSCRIÇÃO (POR CABO)

Impactos ZON na economia portuguesa é um livro-álbum daquela empresa de telecomunicações e indústrias culturais (televisão por cabo, cinemas) editado em 2011 pela própria. O organizador do volume é Nuno Cintra Torres e a obra de 125 páginas tem os seguintes capítulos: benefícios das TIC e da banda larga para a economia portuguesa, impactos no emprego, impactos no audiovisual, impactos na competitividade das telecoms, impactos na experiência de consumidor, impactos na inovação, criatividade, sustentabilidade e responsabilidade, e perspectiva histórica.

É sobre o último capítulo que vou dar relevo. A ZON nasceu em 2007, quando se separou do grupo PT (PT Multimedia) e se tornou uma empresa e um grupo independente e concorrente com a PT, apesar dos principais accionistas serem semelhantes. A ZON tem cerca de 10% do mercado das telecomunicações em Portugal e é ainda líder do mercado de televisão por subscrição. Aliás, é o cabo e a televisão que flui por ele que tornam a ZON uma empresa muito conhecida. A TV Cabo, como era então chamada, nasceu no começo da década de 1990. Em 1994, pertence à PT (Portugal Telecom), empresa que resultara da fusão de empresas públicas, passando lentamente para a esfera da actividade privada (o último episódio desta privatização ocorreu nas últimas semanas com a alienação de 500 acções douradas por parte do Estado). O licenciamento da TV Cabo pelo regulador deu-se em ainda em 1994, passando a transmitir 30 canais, incluindo os quatro canais generalistas portugueses (RTP1, RTP2, SIC e TVI). No ano seguinte e depois, surgiram outros projectos de televisão por cabo, mas operando em bases mais regionais (Cabovisão, TVTEL, Bragatel, Pluricanal). Em 1998, a TV Cabo tinha já meio milhão de clientes. Por essa altura, muda a designação para PT Multimedia.

Em 1999, era lançado o primeiro canal dedicado à informação, CNL (Canal de Notícias de Lisboa), com 24 horas diárias de informação, meteorologia, câmaras de trânsito, análise de imprensa, programas de debate sectoriais, conceito de jornalista/operador. O seu consumo começou a ser medido pela Marktest. O projecto não teve êxito e, em 2001, transformava-se na actual SIC Notícias. Em 2003, com a digitalização da rede e uma caixa digital de descodificação do sinal era também lançado o serviço em sistema de pré-pagamento, em especial para passagem de filmes. Saliente-se a importância do património da Lusomundo (salas de cinema mas principalmente o seu catálogo de filmes portugueses) e dos canais de desporto, separando a ideia de serviço básico e premium (este com canais pagos à parte do pacote inicial). E também a entrada de canais como o AXN e a Fox, com séries de televisão norte-americanas e que constituiriam de imediato canais de culto e frequentados por espectadores mais jovens. Em 2005, a oferta atinge 70 canais no total. O pay TV torna-se uma das mais importantes áreas da televisão por subscrição, onde os clientes vêem programas sem necessariamente seguirem a hora de emissão dessa programação.

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