quarta-feira, 31 de março de 2010

FILMES

Por coincidência, vi os filmes Estado de Guerra (The Hurt Locker, de Kathryn Bigelow, 2008) e O Mensageiro (The Messenger, de Oren Moverman, 2009) um a seguir ao outro. Há uma complementaridade de temas - no que me parece ser mais do que acaso. A guerra no Iraque tem tido fortes repercussões na opinião pública americana e mundial em geral e nos realizadores de cinema em particular. Em Estado de Guerra, a história decorre no próprio Iraque, com o olhar dos americanos sobre si mesmos, em especial como um grupo de soldados sapadores procura neutralizar as minas colocadas em solo urbano. É um filme complexo sobre os horrores da guerra e da posição dos soldados em país estrangeiro: valores, solidariedade entre si, o olhar incompreensivo sobre o outro (a outra cultura). Em O Mensageiro, a acção passa-se nos Estados Unidos, com uma equipa de soldados a comunicar directamente a familiares a morte de soldados em combate. Aqui também se forma uma solidariedade entre soldados, com os momentos de intervenção e tempos livres a cruzarem-se, realçando o perfil psicológico dos soldados nessas duas atitudes. Nos dois filmes, o país (Estados Unidos) não aparece retratado de modo positivo, antes nos fica a ideia de país imperialista em que a vida individual pouco conta.

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