domingo, 22 de fevereiro de 2009

A SERVENTIA DO TWITTER

É uma coisa de caverna, de gente que tem umas grilhetas que os fazem ver apenas fantasmas e não o Sol, que se passeia "twitando" e "blogando" imbecilidades uns aos outros, distraídos pela intensidade do espectáculo, e condenados a viver na "opinião comum", a doxa dos gregos (Pacheco Pereira, Público, 21.2.2009).

O Twitter é uma ferramenta um pouco hedonista, como é apanágio das redes sociais em geral - servem para nos ligar aos outros, mas também para nos revermos em perfis que se querem apelativos [...] O Twitter tem esse lado microblogging de nos permitir todos os nossos passos mais trepidantes ("Lavei os dentes. A pasta está quase no fim" - há muita coisa deste género que alimenta os mais de três milhões de tweets diários) (Joana Amaral Cardoso, Pública, 22.2.2009).

Ao descrever o Twitter, estarei a aborrecer quer os que conhecem tudo da internet quer os cépticos? Provavelmente. Tentarei ser rápido. É um sítio da internet em que se pode expressar o que se está a fazer em 140 caracteres ou menos e que é enviado aos seus "seguidores"; do mesmo modo os "tweetes" dos que o "seguem" estão a si relacionados - e pode fazê-lo no seu telefone celular, computador portátil, BlackBerry, iThermos ou alarme. [...] A minha única tentativa de ignorar a internet correu mal. Quando estava no grupo de teatro da minha universidade, alguém me disse que eu devia ter um sítio na internet. A minha resposta foi: "não permito isso". Foi como o general Gamelin - o comandante francês em 1940, que não tinha telefone no seu quartel-general e, ao invés, utilizava mensageiros em motorizadas - e também sem muito sucesso [Gamelin seria conhecido como o homem que perdeu a batalha da França contra a Alemanha, no começo da Segunda Guerra Mundial]. [...] Ele [o tweeter] diz coisas como "vai hoje à reunião de produção do Peep Show" ou "Não te esqueças de dizer o que damos ao Robert no seu aniversário" (David Mitchell, The Observer, 22.2.2009, tradução livre minha).


Ao ler atentamente as três citações, vê-se que a segunda é favorável ao Twitter. As outras duas levantam dúvidas, são escritas por cépticos. Começo a pensar como estes dois.

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