segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

CIDADES AO ABANDONO (II)


Fotografia de Carlos Romão, no blogue A Outra Face da Cidade Surpreendente (a quem agradeço a permissão da reprodução). É evidente a denúncia da má conservação dos edifícios, no caso a Travessa da Rua Chã, no Porto.

A cidade, a sul e junto ao rio Douro, perdeu a importância das décadas mais recentes. Primeiro, deixou de ser o centro da cidade. Depois, desapareceram actividades comerciais de nomeada, como o serviço de transitários, pela ampliação do porto de Leixões e pela construção de armazéns de produtos vindos por via marítima e rodoviária na cintura daquele porto e em Freixieiro. A construção urbana é muito antiga, sem as comodidades mais modernas de habitabilidade e de estacionamento de viaturas. Ruas e travessas estreitas e esconsas, onde o sol tem dificuldade em entrar e onde actividades menos lícitas se ampliaram, levaram ao abandono de edifícios de longa história (duzentos anos? trezentos anos?). Imagino que estes edifícios abandonados - ou vividos por gente muito velha - tenham sido habitados por pequenos nobres ou algum clero, ou por comerciantes e lojistas oriundos de fora da cidade, falando um português de sotaque carregado e enrouquecido pela humidade das águas do rio.

1 comentário:

cjt disse...

Rogério: Freixieiro.