domingo, 30 de dezembro de 2007

ESPÓLIO DE OITO MIL DISCOS DE FADO


Retiro a informação do jornal Público do passado dia 21, destaque intitulado Portugal compra valioso acervo de oito mil discos de fado.

Trata-se da aquisição por parte do Estado português de uma colecção pertencente a Bruce Bastin por € 1,1 milhões. Bastin, em visita a Portugal nos anos de 1970, encontrara grande parte das gravações de discos num armazém em Lisboa (cinco mil discos das marcas Gramophone, HMV, Columbia, Homokord e Victor, entre 1904 e 1945). Mais tarde, completou a colecção com a compra de mais discos no Brasil. Há discos de 78 rotações por minuto e gravações em cilindros de cera de artistas como Júlia Florista, Alice, Pedro Araújo, Roberto Catão, Manassés de Lacerda, Luís Petroline, Joaquim Ramos, Tomaz Ribeiro, Maria Vitória, Reinaldo Ferreira, José Bastos, Isabel Costa, Almeida Cruz, Eduardo de Souza, Delfina Cruz, Armandinho, António Menano, Edmundo Bettencourt e Alfredo Marceneiro.

Foi o editor musical José Moças que descobriu e promoveu a ideia de o Estado português comprar a colecção. Ele conta que, em 1992, passou pela HMV de Londres para comprar discos e se deparou com uma estante com fados portugueses. Contactado o editor, levou cem discos para vender em Macau, onde vivia então. A venda foi rápida e ele procurou adquirir mais discos. Até que chegou à conversa com Bastin, o editor da Interstate. Sugeriu-lhe a venda do espólio a Portugal, para haver uma investigação séria. Em 2000, apresentou uma proposta ao Museu do Fado e ao Ministério da Cultura. Mais tarde, José Moças descobriria que há registos de fado antes de 1904, quando começa a colecção de Bruce Bastin. Há registos feitos no Porto em Outubro e Novembro de 1900, o Fado Hylario cantado pelo actor Duarte Silva e Oh! Júlia cantado pelo actor José Brito.

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