terça-feira, 20 de março de 2007

JORNALISMO E JORNALISTAS


Jornalismo e democracia é o título do mais recente número da revista Jornalismo e Jornalistas (nº 29), editada pelo Clube dos Jornalistas. Se quisermos, trata-se de um dos mais bem conseguidos números da publicação dirigida por Eugénio Alves e com Fernando Correia a director editorial.

O assunto de capa tem o recente seminário internacional com o nome de "Actos de democracia", realizado pelo CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo), presidido por Nelson Traquina, também a figura central deste encontro, que reuniu especialistas internacionais (Doris Graber, Kees Brants, James Stanyer, entre outros) e nacionais (Isabel Ferin, João Pissarra Esteves, Rita Figueiras, Pedro Magalhães, Estrela Serrano).


No texto de apresentação do tema de capa, Marisa Torres da Silva inventaria alguns dos tópicos falados no seminário. Retiro o que ela escreve sobre James Stanyer: "No que diz respeito à cobertura jornalística dos congressos partidários, James Stanyer, professor na Universidade de Loughborough, sustentou que a grande política e as discussões mais importantes ficam de fora dos media, que se centram no espectáculo e na controvérsia".

Nas sessões de trabalho em sala, apreciei o trabalho de uma jovem investigadora galega, sobre a qual gostaria de ter escrito mas perdi a oportunidade. A Jornalismo e Jornalistas recuperou-a, e ainda bem. Trata-se de Marta Pérez Pereiro, professora da Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade de Vigo, que falou sobre os comics nos jornais e Joe Sacco e o seu Gorazde, banda desenhada sobre a tragédia dos Balcãs (Bósnia), numa espécie de olhar do jornalista sobre o seu trabalho numa zona de conflito.

Este número traz também um artigo de Luís Bonixe, que tem trabalhado sobre a rádio. Neste caso, sobre a cobertura radiofónica da campanha presidencial de 2006. Leio na introdução do artigo: "A interpretação sonora que a rádio faz da realidade condiciona o enquadramento que os jornalistas dão aos eventos. A cobertura radiofónica feita pelas rádios portuguesas à campanha eleitoral para a eleição do Presidente da República em 2006 caracterizou-se pela difusão de sons emotivos potenciando os discursos inflamados dos candidatos e as críticas entre adversários políticos. Os temas de interesse público quase estiveram ausentes".

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