quinta-feira, 10 de agosto de 2006

COMO É FEITA UMA CAMPANHA PARA A PRESIDÊNCIA

Editado pelo Institute of Politics, John F. Kennedy School of Government e Harvard University, o livro reune um conjunto de mesas redondas, onde directores de campanha, conselheiros, analistas políticos e jornalistas discutiram a campanha presidencial americana de 2004 (que resultou na reeleição do actual presidente americano George W. Bush).

Para os organizadores deste encontro (15 e 16 de Dezembro de 2004), que juntou 81 participantes, a campanha de 2004 trouxe uma renovada perspectiva no velho estilo de fazer política (como o trabalho voluntário e militante), em que o telefone, o estar em contacto com as populações e a internet permitiram aos envolvidos nas campanhas identificarem os potenciais apoiantes e levá-los a votar. A internet foi uma revelação no uso da campanha, na recolha de fundos, na captação de voluntários, na distribuição de mensagens e no combate às críticas veiculadas pelos media.

Pelo livro, que é a recolha directa das intervenções nessas mesas redondas, fiquei a saber que havia inicialmente 12 candidatos pelo Partido Democrata (nas primárias, ganharia Kerry), enquanto Bush era o candidato do Partido Republicano. Fiquei a saber ainda que o candidato Howard Dean, então governador do pequeno estado de Vermont (lá no cimo do país), conseguira recolher grandes financiamentos para a sua campanha através da internet (pequenas contribuições mas em muito larga escala). No livro, e pelas intervenções curtas - tipo pergunta e resposta -, também se conhecem as tricas próprias de uma campanha política (posição face à guerra do Iraque, então a começar, face ao corte de impostos e a seguros de saúde, direitos civis, etc.).

Campaign for President está dividido em cinco capítulos - a decisão de candidatura à presidência, as primárias e convenção democráticas, a estratégia da "primária" republicana (primária entre aspas, porque não havia competição interna), eleição e influências exteriores (grupos de pressão e intervenção política). O livro fica completo com um calendário dos acontecimentos ao longo do ano de 2004.

Não se trata de um livro teórico, pois nele apenas se encontra o registo escrito do que foi dito nesses dois dias de Dezembro de 2004, mas fica uma ideia: e por que não pegar no princípio e aplicá-lo a Portugal? Este ano, no seu começo, houve eleições presidenciais e, certamente, ainda há muito para saber de como se organizaram as diversas campanhas, quais as estratégias, que equipas e como reagiram no dia das eleições e prepararam os discursos da noite eleitoral.

Sem comentários: