terça-feira, 25 de julho de 2006

A FONTE NÃO QUIS REVELAR - OUTRA VEZ

Obrigado à Campo das Letras (Porto) pela edição e ao Instituto da Comunicação Social pelo apoio à edição. Obrigado a Margarida Baldaia, da editora, pelo apurado trabalho de revisão do texto (ficou mais claro, embora todos os erros encontrados sejam meus), e a Susana Santos, pela capa, que gostei muito. Esta lembra a banda desenhada, com um grande balão a servir de enunciado e a querer significar "revelação", "última hora", "exclusivo", "bombástico". A fita magnética, solta do seu suporte, aponta para uma precipitada divulgação de informação confidencial (ou escutas telefónicas).

Do título na capa (abandonado o subtítulo para o interior) veio-me à ideia o título do livro de Todd Gitlin (1980), The whole world is watching, cuja explicação surgia na página 187 (uma reportagem televisiva dava notoriedade nacional a um dirigente associativo, anónimo até aí).



O livro (255 páginas) é sobre as relações entre fontes de informação e jornalistas e tem como estudo empírico notícias produzidas nos anos de 1982 a 1994 acerca da saúde (mais propriamente VIH-sida).


Do livro, deixo um pequeno texto, à guisa de promoção (pág. 65):
  • A grande alteração [do Diário de Notícias] de 1984, com Mário Mesquita como director, foi quando o jornal passou de broadsheet para tablóide, em 21 de Maio. Depois, em Dezembro de 1988, o conselho de gerência destituía a direcção liderada por Dinis Abreu, mas, em Janeiro seguinte, a direcção era reposta. Tal acto revelou o peso da direcção e da redacção sobre a administração estatal e abriu caminho para a privatização do jornal, que decorreria a 15 de Maio de 1991, rendendo ao Estado quase 42 milhões de euros (8,4 milhões de contos). O grupo Lusomundo passava a deter a maior parte do capital (dois milhões de acções), acumulando com a maioria de capital no Jornal de Notícias (Porto). Em 1989, a tiragem do jornal andava nos 60 mil exemplares. No final do Verão do ano seguinte, a velha rotativa dava lugar ao offset: a profissão de tipógrafo pertencia ao passado.

Sem comentários: