sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

O NEGÓCIO DA SEMANA: A COMPRA DA PIXAR PELA DISNEY

Certamente mais do que o negócio da semana, deve ser o negócio do ano: a compra da Pixar pela Walt Disney. Daí o destaque dos jornais desta semana, caso do Diário de Notícias, que publicou três notícias sobre o assunto desde segunda-feira. Destas, destaco duas: a editada no dia 23, no caderno de "Economia" e assinada por Emanuel Graça, e a saída ontem, na secção "Artes" e assinada pela dupla Nuno Galopim e Eurico de Barros.



Na segunda-feira, o Diário de Notícias seguia a informação publicada no Wall Street Journal, para quem a Disney estava disposta a comprar as acções da Pixar por um preço acima do indicado pelo mercado, totalizando €5,6 mil milhões. Tal levaria Steve Jobs, detentor de 50% da Pixar, a maior accionista individual da Disney. Os objectivos traçados seriam, segundo o jornal, "derrubar as barreiras entre as áreas de conteúdos online, hardware e distribuição digital", com Jobs a poder "dar novas potencialidades ao serviço de downloads de vídeo e música digital iTunes, propriedade da Apple". As acções da Pixar e da Disney subiriam no dia da notícia do Wall Street Journal, respectivamente 2,8% e 4%.

Já a notícia de ontem do Diário de Notícias, confirmando uma breve de quinta-feira, enquadrava a compra da Pixar numa perspectiva menos económica e mais no domínio das artes e das indústrias culturais. O texto começa assim: "A Walt Disney adquiriu, por seis mil milhões de euros, a Pixar, estúdio especializado em animação digital que nos últimos anos garantiu ao gigante do entretenimento os seus maiores êxitos, com filmes como Toy Story, Monstros e Companhia, À Procura de Nemo ou Super-Heróis".


O texto analisa ainda a concorrência, com destaque para os estúdios da Dream Works, recentemente adquiridos pela Paramount, onde se produziram sucessos como Shrek e Madagáscar, e contrapunha o lucro dos Super-Heróis, em parceria Disney-Pixar (€513 milhões) com o de Chicken Little, sem essa parceria (€193 milhões). As mudanças dentro da Disney não se fariam demorar: o presidente da divisão de animação da Disney era demitido e John Lasseter, o realizador do filme Toy Story, passava a director das equipas criativas da Pixar e da Disney.

Mas o destaque da notícia de ontem vai para a infografia colocada em linha à direita da página, onde releva o engenho de Steve Jobs desde a fundação da marca de computadores Apple (1976) à criação da Pixar (1986), à produção do filme Toy Story (1995) e ao lançamento do iPod e da loja de música online iTunes (2001).

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