segunda-feira, 23 de agosto de 2004

RADAR FM

Após ter colocado uma mensagem no último sábado, onde mencionei a Radar FM, um amigo chamou-me a atenção para algumas ambiguidades no projecto desta estação de rádio.

Apesar de diferente de outras estações, é possível estabelecermos comparações com um outro projecto, infelizmente já desaparecido, a XFM. Enquanto nesta, havia programas de autor, na Radar eles não são muito assumidos. O mais conhecido espaço é o de Sofia Morais, voz a que já nos habituáramos desde o tempo da rádio para uma imensa minoria. A Radar tem alguns apontamentos, como a revista de imprensa (manhã cedo nos dias úteis), informação sobre cinema, teatro, exposições e festas em Filofax (dias úteis, também de manhã), reggae, soul, funk e derivados em Música Enrolada, referências à revista Monde Bizarre e novidades da Radio One e da XFM londrinas. Sem esquecer as múltiplas alusões à realização de concertos da empresa Música no coração, que faz parte da Lusocanal, grupo que ainda detém ainda a Oxigénio (mais especializada em música electrónica, ao passo que a Radar se dedica a música de guitarras) e a Festival (uma emissora popular do Porto).

Há, portanto, uma constante circulação de interesses entre o passar discos e a publicitação de concertos, que não importa aqui dizer se é positivo ou não. Como se trata de uma actividade comercial, a rádio tem toda a legitimidade em seguir o caminho que quiser. Mas o defeito que se aponta a outras estações - o de serem gira-discos - também ocorre na Radar. É possível detectar uma playlist ao longo do dia de emissão. Por outro lado, durante o fim-de-semana não parece haver suficiente número de animadores, pelo que a emissão é automática. E falta o aspecto analítico do medium e das correntes estéticas musicais que a estação passa, componente pedagógica fundamental.

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