segunda-feira, 28 de junho de 2004

PORTO CANAL - ANUNCIA-SE A NOVA TELEVISÃO DE PROXIMIDADE

Os jornais de fim-de-semana, a partir de take da Lusa, deram conta do surgimento de um canal de televisão para o Porto, em substituição do NTV, agora tornado RTPN. Como promotor do Porto Canal, que presumo seja uma marca já registada, encontra-se Bruno Carvalho, outrora director-geral da NTV.

A filosofia de base é a televisão de proximidade, onde as pessoas identifiquem os lugares e vejam como protagonistas as pessoas com quem convivem diariamente. Ou seja, Bruno Carvalho propõe um canal a custos controlados que se dirija a dois milhões de habitantes (250 mil lares) da Área Metropolitana do Porto (AMP). Para isso, desenvolve uma estratégia de convite a 200 empresas do Norte [presumo que da área do Porto, pois o conceito Norte é sempre algo muito indefinido], que comprem um mínimo de cinco mil acções. Como contrapartida, haverá descontos apreciáveis nos seus anúncios durante os primeiros dois anos. Universidades, como a do Porto e a Católica, terão dado concordância para participarem no projecto.

Contando para director de programas com Daniel Deusdado (produtora Farol das Ideias) e para função não identificada nos jornais com José Miguel Cadilhe (produtora Filbox), Bruno Carvalho espera ter o canal a emitir no primeiro trimestre de 2005, a partir do Media Park, no Monte da Virgem (Vila Nova de Gaia). Presumo que (uso, pela terceira vez, o verbo neste post) seja através do cabo, dado a notícia falar do interesse da TV Cabo. A estrutura do novo canal será leve - 25 pessoas - e a produção totalmente externalizada, privilegiando as empresas sediadas no Porto.

Como a notícia tem imensos pontos em branco, ficam aqui umas perguntas: o que se anuncia agora é um projecto sério ou apenas uma boa intenção e uma charmosa ideia de marketing pessoal? Assim, para que serve a actual RTPN? Há coexistência de espaços de produção e emissão da RTPN e do canal agora anunciado? O canal, a emitir no cabo, vai substituir que canal? E vai chegar a que áreas do país? É possível montar um canal credível em apenas nove meses? Os custos anunciados são exequíveis?

De todo o modo, parece-me uma boa ideia, a ocupar uma zona espacial e criar uma indústria cultural, como, ainda não há muitas semanas, eu preconizava aqui no blogue. Afinal, a televisão de proximidade parece ter espaço em Portugal e pode ser um motor de desenvolvimento económico e cultural, após tentativas falhadas, a maior das quais a NTV. Esperemos pelas próximas semanas. É que a proposta não surge num momento de ausência de notícias (silly season), pois o que não há falta, neste momento, é de notícias palpitantes e de cortar a respiração!

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