quarta-feira, 30 de junho de 2004

LER UM RELATÓRIO E CONTAS

Para mim, a peça mais importante da leitura do Público de hoje é a publicação do seu Relatório e Contas 2003. Por ele, fica-se a perceber o estado de saúde do jornal. Observação: alguns quadros são publicados com uma letra tão miudinha que só de lupa é que se pode ler (ou será que a minha visão está cansada?).

Mercado publicitário e circulação

Fica a saber-se que o mercado publicitário na totalidade dos media (televisão, cabo, imprensa diária e não diária, rádio, outdoors, cinema e internet) atingiu, em 2003, €667,6 milhões, superior aos €644,2 milhões em 2002. Contudo, houve um aumento nas televisões generalistas e no cabo e uma redução na imprensa diária (-10,3% relativamente a 2002). A estagnação também atingiu o Público.

Também a circulação dos jornais baixou (1,9%). Aqui há uma nuance a registar: a dificuldade maior residiu nos jornais não diários, pois os jornais diários até registaram um acréscimo de 3,8% nos primeiros nove meses do ano. Se o Público baixou 1% na circulação, o Diário de Notícias - apontado como o jornal que actua no mesmo target - baixou 7,2%.

Actividade

Foi um ano bom para o Público, segundo o relatório assinado por José Marquitos, presidente da empresa, e Hugo Figueiredo e José Manuel Fernandes, seus colegas de administração, e o último também director do jornal. Houve mais de €716 mil de resultados líquidos (positivos) no exercício de 2003, o quadro de colaboradores desceu para os 292 colaboradores (menos 7 que em 2002) e os custos com colaboradores externos baixou cerca de 20%. No ano agora em análise, foi lançada a edição Centro (Março) e o suplemento "Inimigo Público" (Setembro), este acarretando um aumento no preço de capa à sexta-feira. Distinguido com prémios do INMA pelos projectos "Mil Folhas" e campanha institucional "O Público não é todo igual", o mais importante do relatório foi saber o volume de negócios das colecções de livros e DVDs. Assim,venderam-se mais de três milhões de exemplares de livros (Mil Folhas, Taschen, Tintim, ABCdaire, Xis) e um milhão de exemplares de DVDs (série Y).

A estrutura accionista do Público é 99,99% pertença da Sonae Telecom BV. Além do jornal, há três empresas associadas a ele associadas: XS - Comunicação, Informação e Lazer (a 100%), Público.pt - Serviços Digitais Multimédia (a 100%) e Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (a 45%). Uma quarta empresa (Harpa, de actividade gráfica) foi dissolvida.

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